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Cascais ao rubro no segundo dia das Festas do Mar
Segundo dia das Festas do Mar e um mar de gente “sem terra à vista” para ver Tiago Nacarato e os The Black Mamba. Dois concertos que elevaram a temperatura na Baía para graus bem tropicais. Se há quem diga que Cascais é a Califórnia da Europa, esta sexta-feira, Cascais foi o eixo de rotação do planeta música, onde uma onda de calor imenso invadiu a noite cascalense. Mais perto do palco, quem levantou a sua pulseira Golden Circle, aplaudiu ainda com maior entusiasmo. Saiba tudo sobre como garantir um lugar exclusivo Golden Circle aqui. Quer saber qual o cartaz as Festas do Mar'22? Clique aqui.
Tiago Nacarato avançou de “Peito aberto" e não deixou ninguém indiferente
O primeiro concerto da noite costuma reunir aquele conjunto, não muito alargado, de fãs fiéis dos músicos que vão atuar. A multidão junta-se habitualmente aos poucos em frente ao palco da Baía, muitos ainda a "fazer tempo" para o concerto principal, junto aos quiosques de oferta gastronómica, aproveitando para conviver com família e amigos. Mas, com Tiago Nacarato não foi bem assim. Ainda faltava quase uma hora para o concerto começar, já muito público marcava presença no recinto, aguardando a entrada em palco do cantautor de “Lugar-Comum” e “Peito Aberto”.
Certamente que muitos tiveram oportunidade de o ver e ouvir, recentemente, no palco do Hipódromo Manuel Possolo, onde deu um show inesquecível, levantando todos das cadeiras para baterem pé no chão. Por isso, as expetativas eram altas e o músico do Porto, com sotaque açucarado pelas raízes brasileiras, não defraudou o público cascalense. Inspirado nas culturas latinas e africanas, Nacarato mostrou que é um músico do mundo. Os ritmos dançantes abraçaram a multiculturalidade que tão bem fica em Cascais!
"Salvé a Cultura portuguesa! Salvé a Cultura brasileira! Salvé a língua portuguesa!" gritou Tiago Nacarato para o público que retribuiu com uma expontânea salva de palmas. Ou não fosse esse o espírito das Festas do Mar: a celebração da cultura portuguesa, da música portuguesa e da Lusofonia.
Tiago Nacarato gosta de improvisar e neste concerto não se fez rogado, brindando o público com aqueles momentos irrepetíveis e memoráveis, pondo os instrumentos a dialogar entre si, outras vezes com a própria voz, que os amantes do Jazz tanto apreciam e que só os espetáculos ao vivo proporcionam. A par das novas faixas do seu mais recente trabalho, como Matriz e Paz Interior, Tiago revisitou alguns clássicos da MPB e do Bossa Nova e o público aderiu sempre, cativado pela paixão transmitida do palco para fora. Muitos sabiam de cor as canções, criando aquela emoção única de milhares a cantarem a mesma canção a uma só voz. Nacarato conquista pela simplicidade da música, cheia de poesia atual, focada no quotidiano e no que o artista observa do mundo.
The Black Mamba com o Amor do seu lado
É a quarta vez que os The Black Mamba pisam o palco das Festas do Mar, e mais uma vez mostraram porque a sua é considerada uma das bandas mais enérgicas e emocionantes do panorama musical português. Invadiram a Baía com o seu universo de fusão muito próprio de rythm e blues, soul e funk. O público não se fez rogado. Respondeu à altura aos desafios do carismático Tatanka e a sua voz inconfundível, ou os solos de guitarra a picar o público. Deu-se a osmose perfeita entre palco e plateia. É desta matéria que se fazem os concertos ao vivo.
Tatanka desafiava e o público respondia, contagiando todos que ora braços no ar, ora repetindo em uníssono as deixas do vocalista, geraram essa energia inesgotável que incendeia os espirítos e irrequieta os corpos. A prova de que os The Black Mamba estão a atravessar a melhor fase da sua carreira. E neste concerto não pouparam esforços para retribuir todo o amor com que o público cascalense sempre acolheu a banda, muito antes de esta ter conquistado o palco principal.
Mas, um dos momentos mais esperados só chegaria quase no fim do concerto. Seria o tema "Love is On My Side", que levou os The Black Mamba a representar Portugal na Eurovisão, no ano passado. Um momento que ficará gravado na história das Festas do Mar. Quando a canção foi entoada em coro pelo público, do início ao fim, com Tatanka a puxar pela "potência máxima do fundo do pulmão”.
"Este concerto é a celebração das coisas simples que julgamos garantidas como estar com a família e os amigos, ir à praia, assistir a um show. Mas, durante dois anos tudo isso nos foi tirado. Por isso, valorizem essas coisas mais simples, nada é garantido", pediu Tatanka emocionado.
Mariana Mateus adoçou a tarde no Palco Cascais
No Palco Cascais, a jovem Mariana Mateus fez o primeiro concerto da sua vida. Pelo que a sua carreira irá ficar sempre ligada a Cascais e a este momento em que encantou com a sua voz doce todos os que a ouviram, quer em canções de sua autoria, quer em interpretações de grandes êxitos como "Sozinho" de Caetano Veloso, ou do tema de Pedro Abrunhosa "Para Os braços da Minha Mãe" e que a artista dedicou à sua mãe que marcou presença no concerto da estreante Mariana.
Mariana Mateus conta também com alguns originais no repertório como "Sentir" e “Que nunca falte amor” escrita a propósito da guerra na Ucrânia e dedicada àqueles que mais sofrem com este flagelo. E a avaliar pelas reações do público, Mariana irá certamente conquistar um lugar em palcos maiores.
CMC | PL | BN | Fotografia: @Jorge Martin