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Casal Grão-Ducal do Luxemburgo visita Cascais

O Grão Duque do Luxemburgo tem afinidades pessoais com Cascais

A partir de 1940, numa época negra da história, com a invasão pela Alemanha de alguns países europeus, Cascais desempenhou o papel de porto de abrigo a muitos cidadãos exilados ou fugidos do nazismo. Foram muitos os cidadãos comuns, incluindo crianças, que chegaram a Portugal através da fronteira de Vilar Formoso, dirigindo-se para Cascais onde residiram até se dirigirem a outros destinos, designadamente, embarcando para a América.

Mas, também houve exilados ilustres que encontraram em Cascais uma terra acolhedora onde se puderam refazer dos horrores da ocupação nazi. Entre esses exilados estava a família Grã-Ducal luxemburguesa, que como muitas outras beneficiaram dos vistos do Cônsul português Aristides de Sousa Mendes para escaparem à ocupação e assim salvarem a vida e a independência das suas nações. Uma das crianças era a Grã-Duquesa Charlotte do Luxemburgo, avó do atual Grão-Duque Henri que esteve esta tarde de quinta-feira em Cascais, com a Grã-Duquesa Maria Teresa, numa visita de dois dias a Portugal. ( ver foto 2 em que se vê Charlotte do Luxemburgo na Casa de Santa Maria onde residiu com a família em 1940). 

O casal Grão-Ducal fez uma visita bastante emotiva à Casa de Santa Maria, revivendo os lugares por onde a avó do Grão-Duque Henri teria estado, após a fuga do Luxemburgo para França e daquele país, também em vias de ser ocupado, para Portugal e, designadamente, Cascais.

"Este é mesmo um lugar muito especial", reconheceu o Grão-Duque Henri durante a visita, no terraço sob o oceano, onde imaginou a avó muito jovem, a recuperar dos horrores da guerra. A Grã-Duquesa Charlotte de Luxembourg é hoje considerada uma heroína nacional dado o seu papel preponderante na luta contra a ocupação nazi e depois na reconstrução da nação próspera que é hoje o Luxemburgo. O seu reinado foi até 1964, tendo a Grã-Duquesa falecido em 1985.

Fazendo um paralelismo entre os dias de hoje e quando a família Grão-Ducal do Luxemburgo, e nomeadamente, a Grã-Duquesa Charlotte, encontrou abrigo em Cascais, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal, reconhece que, apesar da História não se repetir, "estamos a viver de novo esse misto de sentimentos com a presença dos cidadãos ucranianos fugidos da guerra". Mais uma vez "os portugueses e os cascalenses têm vindo a demonstrar a sua grande capacidade de acolhimento e solidariedade efetiva com o povo ucraniano". E, acrescenta, o autarca, "nesta situação da Ucrânia não estamos a fazer mais do que cumprir com o legado que recebemos dos nossos antepassados como um concelho de acolhimento de muitas famílias que vêm a fugir da guerra". 

No âmbito desta visita, o casal Grão-Ducal visitou ainda a exposição “Portugal e Luxemburgo, países de esperança em tempos difíceis”, patente no Museu do Palácio da Presidência na Cidadela de Cascais. Uma mostra que ilustra partes da história comuns às populações portuguesa e luxemburguesa, nomeadamente, nos tempos difíceis da 2ª Guerra Mundial, quando os luxemburgueses encontraram acolhimento em Portugal durante a ocupação nazi; e por sua vez, os portugueses que na década de 60 do século XX, encontraram no Luxemburgo um país de acolhimento ao fugirem da ditadura do Estado Novo em busca de melhores condições de vida. A comunidade portuguesa no Luxemburgo é hoje quase de cem mil pessoas e uma das maiores do mundo. Um facto que o próprio Grão-Duque reconhece como determinante para a reconstrução do seu país no pós-guerra: " Sem a comunidade portuguesa o Luxemburgo não seria o que é hoje". 

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