CONTACTOS
Fale connosco
800 203 186
Em rede

Está aqui

A intimidade dos mais poderosos em exposição na Cidadela

Presidentes carismáticos retratados na intimidade

Não é todos os dias que se consegue juntar nomes como os de Alfredo Cunha, Pete Souza e Ricardo Stuckert, todos eles fotógrafos oficiais de presidentes como Mário Soares, Ronald Reagan, Barack Obama e Lula da Silva. Mas, é isso que acontece em Cascais, a partir deste sábado, 19 de fevereiro, com a mostra intitulada "O poder na intimidade", na Galeria do Palácio da Presidência, na Cidadela.   

Mas, o que é que têm em comum Mário Soares, Barack Obama, Ronald Reagan e Lula da Silva? Foram todos chefes de estado carismáticos com personalidades que ultrapassaram fronteiras e cujos mandatos deixaram marca na história dos respetivos países e mesmo no mundo. Mas, para além de serem figuras públicas, eles eram também seres humanos que, desligadas as luzes dos holofotes e abandonadas as alcatifas dos salões, possuem uma vida própria e por vezes tão semelhante à de qualquer um de nós: "qualquer um deles brinca com o seu cão, nada, namora, faz exercício físico, age como o mais comum dos mortais". O que agora se mostra são alguns desses momentos de intimidade, captados por muito poucos fotógrafos com acesso privilegiado ao que geralmente está vedado ao grande público. 

"Temos reunidas aqui um conjunto de fotografias que espelham uma dimensão que não é aquela que habitualmente é conhecida destes presidentes" afirma Salvato Telles de Menezes, Diretor do Conhecimento, Património e Promoção Cultural, acrescentando que esta é uma oportunidade única de "aceder a um lado mais intímo dos chefes de estado retratados, libertos dos constrangimentos do poder e dos seus cargos". Por isso é "com especial regozijo que apresentamos esta exposição e aceitámos o desafio de José Paulo Fafe (curador)", refere, ainda, o também presidente da Fundação D. Luís I. 

As fotografias icónicas de Alfredo Cunha

Alfredo Cunha é provavelmente a pessoa no mundo que mais vezes fotografou Mário Soares. Acompanhou-o ao longo dos dois mandatos presidenciais e são dele algumas das mais míticas imagens daquele que é considerado como 'o pai da Democracia portuguesa'. A primeira vez que o fotografou foi no épico regresso de Soares a Portugal logo a seguir ao 25 de Abril, quando o acompanhou no comboio desde a fronteira de Vilar Formoso até Santa Apolónia, onde era esperado por uma multidão.

"Quando o comboio chegou, dirigi-me a um senhor e perguntei-lhe se me sabia indicar quem era o Mário Soares", contou Cunha há uns tempos numa entrevista. "O tal senhor era o próprio Mário Soares!", esclareceu o fotógrafo que tem mil e uma histórias de uma vida ao lado de um dos presidentes mais populares. 

Alfredo Cunha fotografou Soares até ao fim dos seus dias: "Desde junho de 1985 até ao dia do seu funeral, nunca deixei de o fotografar", recorda o fotógrafo que publicou em 2017 uma fotobiografia do antigo presidente. 

Pete Souza captou toda a dimensão humana em Reagan e Obama 

De ascendência açoriana, o norte-americano Pete Souza é um dos mais reputados fotógrafos presidenciais do mundo. Passou anos em Washington, onde andou pelos corredores da Casa Branca, com entrada na Sala Oval, com dois presidentes norte-americanos. O primeiro foi o republicano Ronald Reagan. É desse tempo a icónica fotografia da princesa Diana a rodopiar nos braços de John Travolta com Nancy e Ronald Reagan, sorridentes, em fundo. Mais tarde, seria com o democrata Barak Obama que produziu um trabalho que correu mundo, mostrando como ninguém a intimidade do homem que fez história ao tornar-se o primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América. Podemos mesmo afirmar que Pete Souza com os seus cliques únicos contribuiu para cimentar o carisma de Obama. 

Ricardo Stuckert o fotógrafo de Lula da Silva

Stuckert começou a trabalhar com Lula da Silva logo no primeiro dia em que o operário-presidente chegou ao Palácio do Planalto. O fotógrafo brasileiro, à semelhança dos seus colegas de exposição,  também é oriundo do fotojornalismo. Mas o gosto pela fotografia é claramente uma 'herança' familiar. Os Stuckerts já vão na quarta geração de fotógrafos. Ricardo era filho de "Stuckão", como era carinhosamente conhecido Roberto Stuckert, o reputado repórter fotográfico e fotógrafo presidencial brasileiro, fotógrafo do general João Figueiredo, o último presidente na ditadura militar brasileira, entre 1979 e 1985. 

Ricardo Stuckert, presente na inauguração da exposição "O Poder na Intimidade", salienta a importância das imagens que aqui se mostram, uma vez que elas "podem contribuir para a construção da narrativa da história recente dos respetivos países, pela dimensão humana dos seus próprios presidentes". 

Sobre a dificuldade de obter a confiança destes políticos a ponto de estes lhes abrirem as portas de suas casas, Ricardo Stuckert garante que "é preciso tempo para construir essa relação de confiança, saber ser "invísivel" e definir bem a fronteira entre o que pode e não pode ser revelado".   

 

 

Cascais Digital

my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0