11 horas de turno e Clara Diaz Galan recebe-nos no Hospital de Cascais com um “desculpe a demora”… tinham passado 5 minutos, mas estava pronta para, como boa latina, nos receber com um sorriso e um sotaque espanhol. Casada (com o marido também na área da saúde) e um filho de 11 anos, Clara nunca pensou nas proporções gigantes que esta pandemia iria trazer. “Sou espanhola e no primeiro confinamento ia a caminho para ver os meus pais…ia em Évora quando se ouviu falar da possibilidade de fechar as fronteiras”, recorda. Conseguiu ir dar o tão desejado abraço.
Mesmo ao seu filho, Miguel “Não deixei de abraçar…não consegui deixar de abraçar o meu filho. É impossível”. Claro que toma todas as precauções (banho no final do turno e quando chega a casa).
Quanto à sua profissão, é perentória “ Escolhia ser enfermeira outra vez. Adoro isto. Podia estar num centro de saúde…mais calmo, mas afinal quando os dias são calmos até sinto falta da “pica” dos dias.
Logo que esteja todo bem o seu desejo “é sair e abraçar, ver os meus familiares a Espanha, estar com os amigos e ir beber um copo de vinho com o meu marido à Praia da Duquesa”, revela com uma gargalhada.