CONTACTOS
Fale connosco
800 203 186
Em rede

Está aqui

Hanukkah – A celebração da vitória da Luz sobre as trevas

Festival das Luzes tem por lema esperança, dedicação e partilha

Hanukkah quer dizer “inauguração”. A última vela acendeu-se nesta terça-feira, em Cascais, numa cerimónia em formato drive-in, devido as restrições por causa da pandemia.

No parque de estacionamento da Cidadela de Cascais, a noite estava fria e chuvosa, mas nem assim os ânimos arrefeceram. Dentro das suas viaturas, à volta da Menorah, um candelabro de nove braços que representa a luz da Torá, e um dos principais símbolos judaicos, as famílias iam respondendo aos apelos do Rabino ora com buzinas, ora com as luzes dos automóveis. Ou não fosse este o Festival das Luzes. O momento alto desta celebração é, assim, o ritual das velas na Menorah, a vela central serve para acender as outras oito, uma por cada noite após o pôr-do-sol. 

Tal como tem acontecido há oito anos em Cascais, esta é uma cerimónia pública que assinala a vitória dos judeus no século II a.C., segundo o calendário gregoriano.

Uma data muito importante para a comunidade judaica que tem como lema partilhar a luz com o próximo, dentro do espirito de comunhão e entreajuda de todos por todos. Um simbolismo que se reveste este ano de uma maior importância, face ao período conturbado que vivemos.

“Em vez de cancelarmos a celebração, em conjunto com a Câmara Municipal de Cascais, foi encontrada uma forma criativa e segura de o fazer, dando alegria e esperança a todos”, referiu o Rabino e Diretor da Associação Chabad Portugal, Eli Rosenfeld.

“Este ano, com todas as dificuldades trazidas pela pandemia, não deixamos que o vírus nos derrotasse, por isso, é também um sinal de esperança, um sinal de luz que se transmite a todos a partir daqui de Cascais. A esperança de que teremos mais saúde, mais felicidade, mas, também  mais solidariedade, em que, no fim, a luz acaba de vencer as trevas e isso é o que celebramos também hoje no Hanukkah”, afirmou Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais.

Por razões de saúde pública, os jogos e a comida, como as panquecas de batata (latkes) e os donuts recheados de geleia (sufganiyot), fritos em óleo, noutra referência às velas, estiveram, este ano, fora desta festividade pública, mas, as orações e o humor aqueceram o cair da noite.

O Milagre do óleo

A história do Hanukkah remonta ao século II a.C, quando o rei selêucida da Síria, Antíoco IV Epifânio, subiu ao poder e, ao contrário do seu antecessor, bem mais benevolente, proibiu o judaísmo e obrigou os judeus a adorar os deuses gregos. Como nem todos os judeus obedeceram, os soldados sírios entraram em Jerusalém e, além de massacrarem milhares de pessoas, erigiram no Segundo Templo um altar para Zeus, aí sacrificando animais impuros, como porcos.

Em 168 a.C. os judeus rebelaram-se, liderados pelo rabi Matatias e os seus cinco filhos. Quando este morreu, dois anos depois, a revolta passou a ser chefiada pelo filho Judas – que ficou conhecido como Judas Macabeu, ou “o Martelo”, celebrado no século XVIII numa oratória de George Frideric Handel –, que conseguiu expulsar os sírios de Jerusalém, restituir o Segundo Templo e acender a sua menorah (candelabro), cujas velas deviam ser acendidas todas as noites.

A festividade que agora principia comemora esta vitória e a restituição do Templo, mas não só. Há um milagre envolvido, relatado no Talmud, um dos textos mais importantes do judaísmo, que pode explicar a tradição das velas. Ao que se conta, apenas havia óleo para manter as velas acesas por uma noite, mas, misteriosamente, estas terão ardido ao longo de oito. 

 

Cascais Digital

my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0