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Os navios do fim do mundo, piratas e naufrágios

Sabia que a baía de Cascais tem a maior percentagem de faróis por metro quadrado de Portugal? Não é por acaso, já que esta zona (“Fim do mundo”, fim do Tejo, fim da Europa) é a que apresenta a maior quantidade de naufrágios registados no país.

Quando os navios naufragavam no “fim do mundo”

Estas são apenas algumas das curiosidades que pode encontrar no livro ““ Os Navios do Fim do Mundo: A Paisagem Cultural Marítima de Cascais”, da autoria do arqueólogo Jorge Freire que foi esta quinta-feira, 30 de janeiro, apresentado na Casa Sommer, em Cascais.

A obra que ganhou o Prémio de História de Cascais – Ferreira de Andrade, encontra-se disponível em versão digital aqui.   

“Hoje podemos considerar que esta é uma zona mais segura para as embarcações porque aprendemos ao estudar o passado e fomos ultrapassando os problemas das zonas mais contingentes aos naufrágios”. Quem o afirma é o Capitão-tenente Rui Filipe da Silva Pereira da Terra, Capitão do Porto de Cascais, na apresentação do livro.  

“Estudos científicos como este permitem analisar os naufrágios que ocorreram no passado, ajudam a compreender porque aconteceram, prevenir no presente e ao mesmo tempo proteger a paisagem cultural marítima no futuro”, refere, ainda, o Capitão do Porto de Cascais.

A obra de Jorge Freire não é, contudo, destinada só a especialistas. É uma narrativa com base científica que todos devem ler para ficarem a conhecer melhor a história do litoral do concelho e a razão de ser de alguns costumes e crenças da comunidade piscatória que permanecem até hoje.

E, sim havia piratas na costa cascalense

Em frente à praia da Ribeira, o movimento dos barcos que entravam e saíam de Lisboa, era intenso e constante. Quer dos que seguiam viagem para o oceano que ancoravam para abastecer de produtos frescos; quer dos que estavam de chegada e ali ficavam à espera dos ventos e da maré favoráveis a uma navegação segura por entre os perigosos baixios da barra do Tejo.

Por causa desta escala obrigatória, muitos corsários e piratas rondavam o principal porto atlântico do reino, trazendo má fama à costa portuguesa e prejudicando o comércio. Daí que o rei D. João II tenha mandado levantar, em finais do século XV, uma torre militar na vila de Cascais para proteger o porto da pirataria e garantir a defesa da barra do Tejo. A construção militar recebeu o nome de Torre de Santo António/ Forte de Nossa Senhora da Luz e foi a primeira fortificação defensiva da pequena vila (cidadela de Cascais).  

Um exemplo de como em Cascais, o mar entra terra adentro, influenciando e moldando a vida da comunidade.  

A Carta Arqueológica Subaquática do Concelho de Cascais (PROCASC)

Cascais é mais rico quando se vira para o mar e quando respeita aquilo que define a sua identidade enquanto comunidade. Por isso, “tem sido essa a estratégia das políticas municipais”, garantiu Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais.

“Estamos a desenvolver a recuperação de um património riquíssimo no concelho quer por mar, quer por terra”, afirma ainda o presidente da Câmara, referindo-se não só ao património arqueológico subaquático, mas também, em terra, às ruínas romanas de Freiria e à Vila Romana de Casais Velhos.    

 O maior conhecimento da paisagem cultural marítima e do património subaquático do litoral de Cascais deve muito ao ao projeto da Carta Arqueológica Subaquática do Concelho de Cascais (PROCASC). Este Projeto liderado por Jorge Freire e António Fialho, também arqueólogo da Câmara Municipal de Cascais tem tido também reconhecimento internacional, com a atribuição pelo National Geographic Society de uma bolsa de investigação.

Deste trabalho arqueológico subaquático que se tem feito no litoral do concelho, foram recolhidos alguns objetos que estão expostos no Museu do Mar Rei D. Carlos e no Museu da Vila. 

 

 

 

Cascais Digital

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