Mobi Summit 2019: Cascais revoluciona a mobilidade

"Hoje é moderno falar em mobilidade, Cascais tem vindo a trabalhar já há algum tempo nestas matérias. É necessário antecipar os problemas do futuro e as soluções”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Cascais, esta manhã, na sessão de abertura da Portugal Mobi Summit. O maior evento sobre mobilidade sustentável realizado em Portugal. a decorrer na Nova School of Business & Economics, em Carcavelos.

“A mobilidade é atualmente o que mais limita o desenvolvimento sustentável e a coesão social”, sublinhou o autarca, referindo que Cascais já trilha o caminho nessa matéria há muito tempo, mas é “gigantesca a dimensão do que falta ainda fazer”.

Carlos Carreiras destacou algumas das medidas pioneiras que o concelho adotou ao longo dos últimos anos. Medidas essas que culminaram com a criação da MOBI Cascais. Uma plataforma única para gerir todas as formas possíveis de mobilidade, desde o estacionamento, aos autocarros, comboios, bicicletas e trotinetas.

Apesar do já reduzido preço de 20€ da tarifa única para utilização integrada das ofertas de mobilidade disponíveis no concelho, o autarca anunciou outra medida revolucionária. A possibilidade de, em 2020, todos os cidadãos de Cascais ou que trabalham e estudam em Cascais, terem um passe rodoviário gratuito dentro do concelho.  

"A mobilidade passará a ser um direito de todos", acrescentou Carlos Carreiras. O autarca defende ser esta é a forma de acabar de vez com as assimetrias existente entre o litoral e o interior do concelho. Até porque, referiu ainda "a mobilidade é um direto constitucional, mas um dos mais esquecidos da nossa sociedade”.

O estacionamento é outra das facetas da mobilidade que mais preocupa os cidadãos nos centros urbanos. Por isso Carlos Carreiras anunciou também que quem vive, trabalha ou estuda em Cascais terá direito a estacionamento gratuito de 100 minutos por dia dentro do concelho.

Para que essas medidas sejam economicamente sustentáveis, a autarquia pretende atrair para o concelho empresas de “renting” de automóveis. Como o Imposto Único de Circulação (IUC), respeitante a esses carros, é pago na sede da empresa, reverte, assim, em receitas para o município. Um contributo importante no investimento necessário para garantir as medidas anunciadas.   

Apesar dos sistemas de mobilidade local ambiciosos, o presidente da autarquia não quis deixar de realçar o que em Cascais é mais problemático no que respeita à mobilidade: "Temos uma das mais envelhecidas linhas férreas do país, quase em colapso e uma autoestrada saturada, a A5”. Exorta, assim, o poder central a encontrar rapidamente soluções para as principais vias de ligação de Cascais a Lisboa. (PL)