Estoril Classics: A emoção começa com o Rally de Portugal Histórico

Esta terça-feira, a azáfama começou bem cedo no Autódromo do Estoril. Os clássicos que vão disputar o Rally de Portugal Histórico preparam-se para os cinco dias que dura a mítica prova. Há 14 anos consecutivos que o Rally parte e chega do Estoril. São 84 carros e respetivos pilotos que vêm de toda a Europa. Aos poucos vão chegando às boxes para fazerem as verificações técnicas. São os últimos ajustes. A partida está marcada para esta tarde. É preciso que nada falhe. Muitos destes clássicos remontam ao Rally de Portugal. É esse o espírito anos 70 e 80 e que se pretende recriar com a passagem pelos troços originais do Rally luso

O Alfa Romeo que veio da Rússia

Neste Rally histórico podem participar automóveis de 1946 a 1985, sendo que o clássico mais antigo presente na competição deste ano, veio da Rússia e é um magnifico Alfa Romeo Giulieta Ti de 1961. Foi por isso o primeiro a posicionar-se na grelha da partida nos Jardins do Estoril. A ordem na grelha é feita pela antiguidade. O último clássico a partir é também o mais recente em competição, um Porsche Carrera 3.2 de 1985, pilotado pelo francês Denis Salvi e pelo português António Caldeira e que ostenta as cores nacionais.

À boleia num Ford Escort de 78

Mas o nosso momento alto do dia não passou por nenhum destes modelos. No corrupio das boxes conseguimos apanhar “boleia” num Ford Escort RS2000 de 1978, um verdadeiro modelo de culto para os amantes da marca americana e com uma carreira invejável nos ralis. O RS faz-nos voltar a um tempo em que tudo era mais assertivo e simples. Foi construído para proporcionar o pleno gozo da condução. Algo que nos tempos que correm nem sempre é possível de sentir, já que com os modelos mais recentes da indústria automóvel, somos cada vez mais passageiros e temos cada vez menos intervenção no processo de conduzir.

Criado para reacender memórias e reviver a emoção dos ralis de antigamente, o Rally de Portugal Histórico é também uma prova de resistência para carros e pilotos, na sua maioria “Gentleman drivers”. Um percurso longo que se faz durante cinco dias e que passa pela Figueira da Foz, Viseu, Lamego e Leiria, e também incluído a emblemática noite de Sintra, para voltar ao ponto de partida.

Uma prova às cegas?

Como curiosidade, só no início da jornada diária o piloto recebe o “road book” que lhe indica, exatamente, o trajeto a seguir. Uma forma de garantir a igualdade para todos, sobretudo para os pilotos portugueses que podiam colher vantagens se soubessem antecipadamente quais os troços a percorrer.   

As máquinas são de facto as grandes protagonistas do Estoril Classics, o evento maior que engloba o Rally Portugal Histórico. Pelo que foi o Opel Manta, no qual o campeão do mundo Ari Vatenen correu no Rally de Portugal, mais atenções roubou ao muito público presente na partida para o rally. 

Não perca amanhã os nossos destaques sobre a Fórmula 1, nesta 3ª edição do Estoril Classics.

Consulte aqui o programa do Estoril Classics:  https://estorilclassics.com

Ler também: https://www.cascais.pt/noticia/estoril-classics-regressa-em-outubro