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Horasis debate como fazer a transição para um "Admirável Mundo Novo"

Como enfrentam os atuais lideres políticos os desafios de um mundo em mudança moldada pela globalização, foi a grande questão trazida a debate neste segundo dia do Horasis Global Meeting que está a decorrer até à próxima terça-feira, no Centro de Congressos do Estoril.

A ideia de que vivemos um “período de transição para uma nova ordem ética mundial” foi defendida no painel “Catalisar o Renascimento da Globalização” que contou como oradores José Manuel Barroso, vice-presidente da Goldman Sachs Internacional e ex-presidente da Comissão Europeia, Esko Aho, ex-primeiro ministro da Filândia, Ann Winblad, Managing Partner da Hummer Venture Partners (EUA) e Deborah Wince-Smith, presidente do United States Council on Competitiveness (EUA) e como moderador Nik Gowing, fundador e diretor do Thinking the Unthinkable (Reino Unido).

Consensual a todos os participantes neste debate foi o reconhecimento da necessidade de uma liderança forte tanto política, como em todos os outros sectores da sociedade, para ultrapassar esta fase de transição no sentido de se caminhar para uma sociedade aberta, inclusiva e com respeito pela diversidade e pelas minorias. O ex-presidente da Comissão Europeia afirmou mesmo que só com um “diálogo racional e civilizado se conseguem encontrar as respostas para os desafios colocados pela globalização”.

O descontentamento de parte da população em relação às consequências da globalização e que têm facilitado o crescimento de movimentos populistas em todo o mundo, foi um tópico também abordado neste debate.

“A paisagem tecnológica mudou drasticamente, mas continuamos a agir e a pensar segundo os moldes da industrialização tradicional”, referiu o ex-primeiro ministro da Finlândia, Esko Aho, para quem “aquele mundo que as pessoas estavam habituadas já não existe”, explicando a nostalgia dos “old good times” que grassa um pouco por toda a Europa e nos Estados Unidos da América.  

Sobre o papel da liderança política neste mundo em rápida mudança, foi focada a questão de que “os governos não podem estar divorciados das aspirações da população e devem cooperar entre si para chegarem a consensos de forma a encontrarem soluções locais para problemas globais”, defendeu a norte-americana Deborah Wince-Smith.  

“Moldar o Futuro” foi outro dos painéis deste domingo que despertou bastante interesse entre os participantes do Global Meeting. O debate contou a presença do Presidente da Arménia, Armen Sarkissian, do Vice- Ministro da Diversificação Económica do Canadá, Dylan Jones, do Ministro das Finanças da Namibia, Calle Schlettwein, do Presidente do Strategic Foresight Group da India. Como moderadora Flavia Krausse-Jackson, editora da Bloomberg (Reino Unido).  

 “É todo um mundo diferente que enfrentamos”, afirmou Armen Sarkissian ao defender a necessidade de “todos usarmos a nossa voz se quisermos fomentar a mudança”, no sentido de “criarmos um futuro mais inclusivo”.

Mas, para melhor moldarmos esse futuro nada melhor do que termos “ a ambição de partilhar preocupações através de uma liderança positiva que em vez de agendas próprias, consiga reunir consensos, criando uma agenda comum”, referiu Dylan Jones.

“Acabar com a pobreza e fazer ascender milhões de pessoas à classe média” são alguns dos desafios globais que devem constar dessa agenda comum, apontou o Vice-Ministro do Canadá que defendeu a ideia de que “toda a sociedade deve participar na moldagem do futuro”.

Dylan Jones referiu também a importância de eventos globais como o Horasis para "fazer sentar à mesma mesa políticos, empreendedores e especialistas que habitualmente vivem em mundos diferentes e se criticam mutuamente”. Por isso “estes encontros permitem ouvirmo-nos uns aos outros e criar empatia, assim como descobrir o quanto precisamos uns dos outros para encontrar soluções conjuntas, em prol de um futuro mais brilhante para a humanidade.”  

Afinal, o que pode um líder político fazer para responder às exigências da globalização? Num mundo em transição exige-se que os líderes sejam visionários para guiarem as suas nações e inspirar os cidadãos quando as paisagens social, politica e económica estão em constante mudança? Quais são as estratégias usadas pelos líderes bem sucedidos nesta era de disrupção? Estas foram as questões levantadas em torno do painel “Como navegar num mundo em transição” que chamou para o debate Bardhyl Dauti, Ministro para o Investimento Estrangeiro, da Macedónia do Norte, Ernest Bai Koroma, ex-Presidente da Serra Leoa, Pranjal Sharma, Editor do BusinessWorld, India e Charles Davidson, Editor, The American Interest, EUA.

Foi reconhecido neste debate que as lideranças no Ocidente “não estão a ser tão efetivas como deveriam” e que neste mundo em transição “os líderes políticos deviam conectar-se mais com os cidadãos”.

Mais uma vez foi reforçada a necessidade de uma liderança forte, um “new thinking” que saiba lidar com as sociedades multiculturais e que não as vejam como um risco para a identidade das nações.

O debate segue amanhã, segunda-feira, com outros desafios para líderes de todo o mundo pensarem em conjunto e quem sabe encontrarem alguma inspiração e repensarem de forma critica, soluções para os problemas que afetam todos os países, em todos os continentes, na transição para um admirável mundo novo. (PL)   

 

 

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