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Cascais: Primeira “Cidade” experimental para startups no país
A grande vencedora da 5.ª edição do Big Smart Cities é a startup portuguesa Pavnext que está a desenvolver um equipamento para pisos rodoviários que extrai a energia cinética dos veículos e reduz a velocidade dos carros. Foram ainda atribuídas mais duas distinções (no valor de 2500 euros) e uma menção honrosa:
- Prémio Vodafone – Tram Grid, carregador rápido de veículos elétricos que se ‘alimenta’ das redes aéreas dos elétricos / comboios para gerar energia;
- Prémio Ericsson – Smart Forest, solução de rede integrada de sensores, cuja informação pode ser facilmente consultada e utilizada para a mitigação do risco de incêndio;
- Menção honrosa (Prémio do público) – Tibu, aplicação móvel que conecta viajantes independentes a pessoas locais com experiência.
Presente na sessão, Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, disse que "em Portugal há muitas empresas dispostas a inovar e a ajudar a mudar o mundo. Os jovens portugueses estão cada vez mais abertos à inovação. Portugal mudou muito”, acrescentou. Ao contrário do que acontecia há alguns anos, em que ao saírem das universidades, os jovens desejavam um trabalho no Estado, hoje, defendeu o ministro, “a percentagem dos que dizem que no futuro querem criar o seu próprio negócio é muito semelhante à dos EUA”.
O vencedor desta 5ª edição vai ter a possibilidade de testar o seu projeto-piloto em Cascais, município escolhido pelos organizadores para se tornar o anfitrião do lançamento da primeira “cidade” experimental para startups. Esta escolha deve-se à estratégia adotada por Cascais nos últimos anos, com várias iniciativas desenvolvidas inovadoras ao nível da mobilidade sustentável, como o programa “Mobi Cascais” e ainda ao nível da eficiência energética e gestão de resíduos.
Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, lamentou que "a inteligência tenha estado fora do planeamento das cidades" durante muito tempo, o que levou à construção de "muitas cidades estúpidas". Na ocasião aproveitou para deixar uma palavra de motivação, tanto aos vencedores, como a todos os outros que também não tiveram medo de se lançar a concurso: “Sintam-se todos em casa para inovar e investir em Cascais”. O vencedor recebeu um prémio monetário de 10 mil euros, seis meses de incubação no Vodafone Power Lab, e uma viagem para conhecer um polo de inovação da Ericsson na Europa.
As potencialidades tecnológicas são uma oportunidade para o planeamento sustentável das cidades ao nível dos cuidados de saúde, do ensino, da mobilidade inteligente, da sustentabilidade energética e da gestão avançada e verdadeiros sistemas vasculares da urbe, segundo Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais. O autarca não deixou de sublinhar também que estas poderão constituir uma “ameaça, se deixarem os cidadãos à margem”.
Carreiras considerou que “para se ter ganhos de gestão e liderar a reforma do país a partir do local, “todos os municípios devem apostar com clareza nas Cidades Inteligentes”.
Sobre a Pavnext | Criada por um engenheiro eletrotécnico (Francisco Duarte), um gestor (João Champalimaud) e uma designer (Sílvia Soares), a Pavnext está a desenvolver um equipamento para pisos rodoviários que extrai a energia cinética dos veículos e reduz a velocidade dos carros.
Além de promover a segurança rodoviária, a energia captada é convertida em energia elétrica ‘limpa’, que pode ser direcionada, por exemplo, para a iluminação pública. O sistema da Pavnext permite, ainda, gerar dados de tráfego e de velocidade, da energia gerada e consumida, possibilitando a criação de relatórios e a otimização de consumos energéticos em tempo real.
Mais informações| O Big Smart Cities nasceu em 2013 como “Lisboa BIG apps” e desde então já conta com mais de 1300 registos, 960 ideias que envolveram mais de 1500 pessoas de 10 países diferentes e dezanove projetos premiados que, ao longo deste quatro anos, levantaram já mais de 5 milhões de Euros de investimento
Trata-se de uma iniciativa que promove ideias de negócio assentes em tecnologia que visam melhorar o dia-a-dia de quem vive, trabalha e ou visita as cidades. Numa altura em que as cidades modernas enfrentam cada vez mais desafios e tendo consciência da importância da tecnologia, a Vodafone e a Ericsson são parceiras nesta iniciativa com a determinação de contribuir para o desenvolvimento de ideias tecnológicas que tornem os meios urbanos cada vez mais inteligentes. Com cinco áreas de oportunidade identificadas – Smart Mobility, Smart Living, Smart Tourism, Smart Green e Smart Inclusion – o concurso apresentou este ano várias novidades, nomeadamente a ampliação dos City Challenges a cinco cidades: Coimbra, Braga, Évora, Lisboa e Porto) e o acesso à Cidade Experimental, em Cascais, que permite aos vencedores da competição testar a sua ideia em ambiente real.