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Sabre-espada de corte do convento de N. Sr.ª da Piedade, em Cascais

Os trabalhos arqueológicos realizados no âmbito das obras de readaptação do edifício do visconde da Gandarinha, vulgo “casas velhas do Gandarinha”, vieram pôr a descoberto parte do antigo convento de N. Sr.ª da Piedade, em Cascais, ao longo de três campanhas realizadas na década de noventa do século XX.
 
Estas casas de veraneio, presentemente transformadas no Centro Cultural do município, tinham portanto, sido reconvertidas a partir das antigas ruínas do convento de N. Sr.ª da Piedade da congregação religiosa dos frades Carmelitas Descalços.
 
Para além da igreja e capelas laterais o convento possuía ainda, entre outras dependências, celas que podiam acomodar até 35 religiosos, várias capelas, botica, cozinha e um claustro com vinte arcos e uma cruz no centro.
 
É durante a intervenção arqueológica que se vem a identificar um conjunto de sepulturas que se conservavam, ao longo do lado norte e poente do claustro, as quais não tinham sido afetadas pelas obras do visconde da Gandarinha realizadas após os meados do século XIX, uma vez extintas as Ordens Religiosas em 1834.
 
Na sepultura 8 foi recolhido, entre outro espólio, um punho de sabre-espada em osso (Inv. CP.95.01), cintado por fita de prata sendo a parte terminal constituída por uma anilha de bronze revestida de ouro.
 
A guarda é também em bronze revestida de ouro, apresentando um medalhão com as armas de Portugal encimadas por uma coroa fechada. O punho está partido na extremidade e a guarda encontra-se deformada tendo-se desencaixado deste, o qual seria parcialmente coberto por uma proteção desaparecida.
 
A lâmina de ferro encontra-se fragmentada o que impede a classificação como sabre ou espada. Arranca da base da guarda e encontra-se fixada através de um espigão que ultrapassa a guarda e penetra no punho.
 
A classificação cronológica só foi possível através da observação das armas representadas, concluindo-se que se tratam das armas de Portugal usadas no Reinado de D. Maria I (1777-1816). Trata-se de uma arma de aparato, apenas usada em momentos festivos, não tento portanto quaisquer outras funções. 
 
Embora possa causar alguma estranheza o facto de existirem neste convento enterramentos aos quais se encontravam associadas armas, existem efetivamente nos registos de óbito da Igreja de N. Sr.ª da Assunção referências a sepultamentos de militares neste local. É o caso do Coronel Miguel Tibério Pedegache Brandão Ivo, do 2º Regimento da Praça e Cidade de Elvas, que falece na Cidadela de Cascais, em 1794, vítima de queda de uma janela.
 
Esta peça pode ser apreciada no Museu da Vila. Saiba mais sobre este museu AQUI.
 

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