Cepo de âncora em chumbo com cavilha no encaixe central, tipo Kapitan 3c, recolhido em frente à Praia da Duquesa, em Cascais.
O cepo é a parte mais pesada da âncora que permite fixar temporariamente um navio em fundos rochosos, lodosos ou arenosos. Época Romana. Nº inv. 5811.
A 10 de março de 2002, um grupo de mergulhadores da Escola Exclusive Divers, liderados por Fabian Reicherdt, recuperou, em frente à Praia da Duquesa, em Cascais, um cepo de âncora em chumbo, da época romana, com cerca de 1 metro de comprimento e 72 quilogramas de peso.
Os cepos de âncora em chumbo são típicos da época clássica mediterrânica, ainda que também sejam encontrados no Atlântico, mercê do intenso tráfego marítimo que então se desenvolveu.
A navegação ao longo da costa atlântica da Península Ibérica constitui, assim, uma vasta e apaixonante temática, que os achados arqueológicos continuam a enriquecer, nomeadamente os cepos de âncora e as ânforas, os mais representativos testemunhos arqueológicos subaquáticos da costa portuguesa.
O litoral de Cascais, que apresenta uma topografia muito recortada, sobretudo entre o Cabo da Roca e a Baía de Cascais, permitiu, desde sempre, uma excelente navegabilidade, graças a um conjunto de abrigos naturais, reforçados pela orientação da costa, que oferece uma grande proteção dos ventos dominantes de quadrante norte, facilitando a entrada e saída da embocadura do Tejo.
Os achados desta época sugerem-nos uma navegação ao largo e uma ocupação permanente ou ocasional da Baía de Cascais, permitindo-nos supor que seria um ponto de interceção dos circuitos de navegação, ainda que não se conheçam vestígios de instalações portuárias na vila.
Esta peça pode ser apreciada no Museu da Vila. Saiba mais sobre este museu AQUI.