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Concerto de Verão da Sinfónica de Cascais no sábado, 13 de junho, às 21H00

A Sinfónica de Cascais apresenta-se pela segunda vez, este ano, ao público. Inserido nas comemorações da Semana do Município, o concerto realiza-se já no próximo sábado, dia 13 de junho, às 21h00, no Auditório Senhora da Boa Nova, Estoril.

Intervenção do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras dia 7 de junho de 2015
 
Caras e Caros Munícipes,
 
Caros concidadãos,
 
Esta noite marcamos o fim de uma história e o início de outra.
 
Hoje, assinalamos o encerramento das comemorações dos 650 anos da elevação de Cascais a vila. Por outro lado, hoje é também o dia em que abrimos a semana do município em que comemoramos os 651 anos do nosso concelho. 
 
É tempo para um balanço. 
Com a modéstia devida, julgo que cumprimos com assinalável sucesso os objetivos do Programa de Comemorações dos 650 anos de Cascais.
Primeiro objetivo, naturalmente, era o de ter uma programação atrativa, estimulante e capaz de deixar a nossa marca, a marca das gentes do nosso tempo, na História deste concelho.  
 
Conseguimos isso. 
 
Reconciliámos o nosso património com as nossas gentes: reabrimos a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz depois de séculos de costas voltadas aos cidadãos.
E quebrámos o ciclo de indiferença dos poderes públicos perante um dos nossos maiores patrimónios: a Casa Henrique Sommer. 
 
Cascais não merecia, Cascais não podia, Cascais não queria, ser conivente com a degradação da Casa Sommer.  
 
Pusemos mãos à obra. Iniciámos, e estamos prestes a acabar, os trabalhos de recuperação total da Casa Sommer onde será instalado o Centro de História Local.
 
Ousámos defender o nosso Foral Manuelino e investimos no seu restauro, garantindo assim para as futuras gerações este importante legado.
 
E como podem testemunhar, devolvemos a dignidade à presença imponente do nosso fundador, El Rei D. Pedro I, nesta Praça que é uma das salas de visitas do país. 
 
Há 50 anos, neste mesmo dia, o então presidente da Câmara, inaugurava esta obra com as seguintes palavras: 
«Porque a imortalidade tem sempre presente o recurso de uma concretização material, e para que os vindouros possam, em face da obra de arte, recordar os seus antepassados, necessário se tornava erigir nesta Vila uma estátua ao monarca a quem se deve esta categoria»
 
Mais do que restaurar uma estátua, o que fizemos foi garantir que os que estão para vir possam recordar os que por cá passaram. Que os de amanhã aprendam com os de ontem. Que os nossos valores de hoje continuem a ser aquilo que são, porque temos a capacidade de os projetar de geração em geração.  
 
Mas fizemos mais. 
 
Porque a história de Cascais não tem donos, porque a história de Cascais não é de um grupo ou de um setor, mas é isso sim de todos, devolvemo-la às pessoas. 
 
Connosco, a história de Cascais foi escrita e vivida por todos os cascalenses e assim pretendemos continuá-la a escrever com todos.
 
Organizámos um sem número de exposições: sobre Cascais na I Grande Guerra; sobre Cascais na Pintura dos séculos XIX e XX; e sobre tantos outros temas que definiram a nossa identidade.
 
Lançámos, com o envolvimento dos CTT, um Postal Comemorativo dos 650 anos. 
E editámos mais de uma dezena de obras, em formato papel e digital, para todos os públicos e sobre todos os temas, de onde destaco dois:
 
As Memórias da Linha de Cascais – da nossa linha de Cascais que continuaremos a defender para que tenha um futuro à altura da sua memória – e a extraordinária biografia da nossa terra: Cascais: História | Território | Memória. 
 
Todas estas iniciativas foram pensadas e executadas para cumprir um segundo objetivo: celebrar e reforçar os alicerces da nossa identidade.
 
Hoje não há Cascalense que não saiba a idade da sua terra e que não conheça as principais figuras da nossa história.
E este mérito é mais da sociedade civil cascalense do que desta Câmara Municipal.
 
Eu sei como todas as freguesias do concelho e como todos os 72 lugares de Cascais abraçaram as comemorações. 
 
Eu senti o entusiamo e a energia das nossas escolas, o comprometimento das nossas empresas e o orgulho das nossas coletividades.
 
Eu vi um concelho ciente das suas capacidades e das suas responsabilidades, um concelho orgulhoso de si mesmo, durante estes meses de comemorações.  
 
Cascais é hoje mais forte. Não tenho dúvidas disso. 
Deve-o a todos os que disseram presente neste momento fundador da nossa vida coletiva. 
 
Agradeço, por isso, aos nossos alunos pelos seus trabalhos inspiradores e aos seus professores pela dedicação sem reservas.
 
Agradeço às nossas empresas e às nossas associações os apoios que concederam à cultura local.
 
Agradeço ao Presidente da Comissão de Honra, Dr. Francisco Pinto Balsemão, todo o prestígio e notoriedade que emprestou a estas comemorações.
 
Agradeço aos meus colegas da Câmara Municipal de Cascais todo o esforço que fizeram para montar um programa tão abrangente e exigente. 
Cada um deles provou que é a partir de dentro, da nossa Câmara, da nossa casa, que se ergue a defesa intransigente da nossa identidade e da nossa cultura.
 
E, por fim, deixo um agradecimento muito especial a todas e todos os cascalenses que se juntaram a nós neste grande momento de comunhão coletiva, projetando a nossa identidade muito para lá das fronteiras do nosso concelho e muito para lá do nosso tempo.
 
E com isto chego, por fim, ao terceiro objetivo das comemorações dos 650 anos. 
 
 
Há precisamente dois anos, neste mesmo dia, nesta mesma praça, neste mesmo palco, deixei uma reflexão em forma de pergunta:
 
Dizia eu que há nestes 650 anos uma pergunta incontornável a que todos, coletivamente, somos chamados a dar resposta.
 
A questão era a de saber que Cascais vamos deixar aos nossos filhos e a quem, depois de nós, vai ocupar este extraordinário território daqui a 50 anos.
 
Julgo que hoje, a 7 de junho de 2015, estamos mais preparados para responder a esta questão.
 
É para mim claro, e para a maioria dos cidadãos consensual, que Cascais em 2015 é um lugar melhor do que Cascais em 2005 ou do que Cascais em 1995, para nem sequer ir mais atrás.
 
Cascais é hoje mais atrativa. Há novos negócios a florescer por todo o concelho e postos de trabalho a serem criados diariamente por empreendedores que não se limitaram em encontrar na crise uma desculpa para nada fazer.
 
 Cascais é hoje mais inclusiva e solidária. Há cidadãos de 85% das nacionalidades do mundo a coabitar neste território sem fronteiras entre os homens, as religiões ou as culturas. 
 
E há um setor social, formado por tantas IPSS, Cooperativas e Misericórdias, que connosco trabalha para não deixar ninguém para trás. 
 
Para que todos tenham a oportunidade de viver integralmente os valores deste concelho e mesmo nestes tempos mais difíceis e exigentes garantimos, coletivamente, a dignidade na dificuldade a muitos outros nossos concidadãos que vivem em condições mais frágeis.
 
 
Cascais é hoje mais sustentável. Há espaços verdes bem cuidados, o nosso Mar é defendido como um património de todos, e o Parque Natural de Sintra-Cascais, que sempre foi um passivo para os homens desprovidos de visão, é hoje um dos nossos maiores ativos.  
 
 
Cascais é hoje mais cosmopolita. Temos um Bairro dos Museus de classe internacional. Temos grandes eventos de grandes marcas a integrar Cascais nos seus calendários exclusivos. Temos hotéis de 4 e 5* a abrirem portas todos os anos. E temos, sobretudo, mais gente a gostar de Cascais e a querer partilhar o nosso modo de vida. 
 
Prova disso mesmo são os 1,2 milhões de dormidas turísticas registadas em 2014, um recorde histórico, num sinal inquestionável de que mais gente no mundo conhece e sente o apelo de Cascais.
 
 
Cascais começa também a ser cada vez menos assimétrica. Pela primeira vez desde que há dados registados, as freguesias de São Domingos de Rana, Carcavelos e Parede, têm percentagens de investimento público mais elevadas do que as restantes freguesias. 
 
Estamos mesmo apostados em apagar as muitas assimetrias ainda existentes.
E não há obstáculo que belisque a nossa determinação. 
 
 
Temos trabalhado para criar o mais sustentável e democrático ciclo de desenvolvimento da nossa história. 
 
É um ciclo feito de pessoas, com pessoas e pelas pessoas.
 
A minha ambição, e penso que não exagero se generalizar e disser “a nossa ambição”, é que Cascais seja o melhor lugar para se viver um dia, uma semana ou uma vida inteira. 
 
Todavia, esta ambição só faz sentido se for vivida e se cada um de nós, se cada cidadão, independentemente da sua freguesia, a puder enunciar sem dúvidas. 
 
Não estamos a trabalhar para um grupo ou para uma classe. 
Trabalhamos para que todos os cidadãos de Cascais tenham uma justa possibilidade de serem felizes e igualdade no acesso às oportunidades. 
 
Não estamos a trabalhar para um único local ou para uma única freguesia. Estamos a trabalhar para todos os 72 locais e para todas as freguesias deste concelho, para que o ideal de solidariedade, tolerância e prosperidade seja rigorosamente de todos.
 
Para nós não pode haver o Cascais do Sol e o Cascais da Sombra, não há o litoral nem o interior. 
 
Para nós há uma só história, um só projeto de vida e de comunidade que é uno e indivisível: Cascais.
 
Cascais é melhor porque tudo começa nas pessoas, e por elas e com elas se eleva. Fizemos políticas para servir as pessoas e não colocámos as pessoas ao serviço da política – a melhor demonstração do que digo é o Orçamento Participativo cujo modelo é uma referência internacional e está, inclusive a inspirar o Mayor de Nova Iorque. 
 
Mudámos o paradigma de gestão do concelho. 
 
Há uns anos, para quem tinha responsabilidades nesta câmara, a medida do sucesso de Cascais morava no número de novos empreendimentos, de novas urbanizações e de novas construções. 
 
 
Para nós, a medida do sucesso está na qualidade e na facilidade de acesso à saúde e à educação públicas. 
 
Para nós, a medida do sucesso está no número hectares de espaços verdes criados, no número de bandeiras azuis nas nossas praias, no número de cascalenses que investem e prosperam neste concelho.
 
Fechámos e enterrámos o capítulo da betonização. 
 
Para se ter uma ideia do que falo, em 1999, foram atribuídas 3837 licenças de construção, mais de 10 novas licenças de construção por dia.
Cascais estava ameaçada. Tudo aquilo que Cascais sempre foi e representou em termos de aspiração, qualidade de vida e ambição, estava ameaçado. 
Com a atual maioria na Câmara, foram atribuídas nos últimos anos menos de uma centena de licenças de novos fogos habitacionais. Para ser preciso, no ano passado foram apenas 77. 
 
Isto é menos 98% de licenças atribuídas. Repito: menos 98% de autorizações para novas construções. De 3837 para 77.   
Inaugurámos um novo ciclo de desenvolvimento social, económico e ambiental para o nosso concelho.   
 
Parámos com o betão. Contivemos e reduzimos os perímetros urbanos para efeitos habitacionais.
 
Devolvemos o concelho às pessoas. 
 
Reencontrámos Cascais consigo mesma.
Hoje temos mais confiança no futuro. Mas não escondo que, infelizmente, não podemos apenas olhar para a frente.
 
Cascais continua a ter problemas que o aprisionam no passado criando resistências à sua afirmação.
 
Para podermos continuar a abrir esse ciclo de prosperidade abrangente, sustentável e democrática, é para mim evidente que temos de atacar as causas desses problemas.
 
É isso que temos feito e é isso que continuaremos a fazer. Com mais entrega e com mais resultados, se ao nosso lado continuarmos a ter a maioria dos cidadãos de Cascais. 
 
 
Caras e caros concidadãos,
 
Fechámos os 650 anos de Cascais. Abrimos os 651 anos.
 
Em tempos tão exigentes como aqueles 
que vivemos, as comemorações, que agora se iniciam e se prolongam durante uma semana, oferecem-nos uma oportunidade única. 
 
Essa é a oportunidade de consolidar um movimento positivo que está ao serviço de Cascais.
 
A partir desta Praça que é de todos os cascalenses, onde o restauro do nosso Rei D. Pedro I é uma metáfora bem conseguida sobre a forma como encaramos o nosso futuro -  respeitando os valores do nosso passado - desafio todos os cascalenses a fazer parte desta enorme coligação de vontades que está ao serviço de uma ideia de Cascais. 
 
De uma Cascais que não tem nada a ver com partidos, com pessoas, com a política ou sequer com este tempo. 
 
Uma Cascais que está para além do “eu” porque é do “nós”. 
 
Apelo a que todos cascalenses valorizem o que nos une e que remetam para a irrelevância que lhes é devida todos os que acreditam que o seu “eu” é maior do que o “nós” coletivo.
 
Juntos somos mais fortes. 
Juntos construímos um Cascais mais forte. 
 
 
Convido todos a pensar e a intervir coletivamente no futuro do nosso concelho.  
 
Esse continua a ser grande desafio para os nossos 651 anos. 
Parabéns a todos os Cascalenses e Longa vida a Cascais.
 
Viva Cascais para os próximos 651 anos.
 
Obrigado. 
 
 
Cascais, 7 de junho de 2015
 
 

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