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Casa das Histórias exibe exposição 1961: Ordem e Caos

A Casa das Histórias Paula Rego exibe, pela primeira vez, um vasto conjunto de obras inéditas de Paula Rego, numa exposição que irá estar patente até 26 de outubro.

A exposição intitulada 1961: Ordem e Caos exibe obras produzidas durante as décadas de 1960 e 1970, pretendendo documentar e analisar o início do seu percurso artístico e o impacto no panorama português da época.

As obras concebidas por Paula Rego durante estes anos remetem para a situação política do país, comentando-a de forma sarcástica e crua. Ao sublinhar esta orientação temática, aprofundam-se as inquietações políticas que atravessaram a obra da pintora neste período em particular, mas também em fases posteriores do seu trabalho.

Para além das obras de Paula Rego, mostram-se ainda trabalhos de outros artistas portugueses, que assumiram também uma postura crítica em relação ao regime e à vida social e cultural do país, ao mesmo tempo que desenvolveram uma linguagem figurativa própria: Bartolomeu Cid dos Santos e Eduardo Batarda. Explora-se, assim, a ligação de pesquisas diferenciadas e inovadoras no campo da figuração, a partir dos anos 60, com o comentário político, social e cultural.

Esta exposição inclui ainda obras de Victor Willing (da colecção da Casa das Histórias) que evidenciam a cumplicidade artística e vivencial que estabeleceu com Paula Rego. Considerado na Slade School como um porta-voz da sua geração, pelo seu brilhantismo intelectual, este artista representa desde o início da formação académica de Paula Rego a sua referência tutelar, a ligação mais imediata ao panorama artístico da época.

Para além da apresentação de pintura, gravura e desenho, esta exposição incluirá também um núcleo documental, que reforçará a evocação dos momentos mais marcantes do início do percurso artístico de Paula Rego ocorridos em Portugal: a sua primeira apresentação pública no nosso país (1961), a atribuição de uma bolsa de estudo pela Fundação Calouste Gulbenkian (1962-1963) e a primeira exposição individual na Sociedade Nacional de Belas-Artes (1965). As iniciativas da Fundação Calouste Gulbenkian tiveram claro impacto na carreira de Paula Rego, pelo que esta instituição irá ser destacada nesta panorâmica histórica.

A exposição é comissariada por Catarina Alfaro (Chief Curator da Casa das Histórias) e Leonor de Oliveira (Investigadora do Instituto de História de Arte da FCSH-Universidade Nova de Lisboa).

 

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