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Reportagem - Rugby forma jovens desportistas para sucesso escolar

O que tem em comum o rugby e o sucesso escolar? Esta e outras perguntas são respondidas nos resultados do Projeto da Escolinha de Rugby da Galiza, que envolve mais de 130 jovens e muitas dezenas de voluntários, num modelo já replicado noutras cidades portuguesas. Valores como o respeito, a humildade, lealdade, amizade e compromisso, aliados a uma grande união da equipa, fazem deste grupo um exemplo.

Boletim nº 4

Texto -  Marta Silvestre
Fotografias - DR

A Escolinha de Rugby da Galiza (ERG) nasceu da necessidade de envolver a comunidade escolar num desporto coletivo, que integra as diferenças e que ajuda no autocontrolo. Ser uma referência dentro e fora de campo. “Não descobrimos nada, exploramos sim as apetências destes miúdos que eram especialmente bons no desporto, na dança e na música”, refere Maria Gaivão, presidente da ERG. A história leva-nos a 2005. O ATL da Galiza tinha criado um espaço de apoio para meninos de rua, com um objetivo de acolher estas crianças, individualizá-las e integrá- las. Para tal, “nada melhor que o rugby. Este desporto dá-lhes oportunidades de integrar as diferenças, pois há miúdos com peso e tamanho diferenciado que fazem parte da mesma equipa, e isso ajuda-os a respeitar a diversidade. E, na vida, este valor é muito importante” justifica assim a responsável a escolha desta modalidade.

O método utilizado para os bons resultados, tanto no plano desportivo como escolar, é fácil de explicar. Em primeiro lugar o nível de exigência, que é alto: “Não é por trabalharmos com comunidades vulneráveis e pobres que o nosso grau de exigência tem de ser diferente”, refere Maria Gaivão. Tudo começa com a assinatura de um contrato onde assumem que vão cumprir os objetivos escolares. E os resultados estão bem à vista de todos – “de 2006 a 2010 o sucesso escolar atinge os 82 por cento”, afirma, orgulhosa dos seus meninos, a presidente da ERG.

Os apoios disponibilizados pelo ATL, para além de duas salas de estudo do 1º ao 11º ano de escolaridade(em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian) e mais de 50 voluntários para as diversas disciplinas, passam igualmente pelo reforço alimentar, através de uma parceria com o Banco Alimentar contra a Fome, que fornece um lanche diário. Na saúde, garantem o acompanhamento do bem-estar físico no gabinete de fisioterapia,
que funciona três vezes por semana e que trabalha em articulação com a Escola Superior de Saúde de Alcoitão. A próxima etapa é começar a trabalhar, na área de ortopedia, com o Hospital Sant’Ana e reforçar o apoio na prevenção da saúde oral.

“Quando tudo começou o objetivo era que os miúdos terminassem o 4º ano. Hoje é que consigam ir para a universidade”, afirma Maria Gaivão, sem nunca condescender: “São miúdos que têm dificuldades mas com as oportunidades em aberto”. Quando perguntamos pelos casos de sucesso, Maria Gaivão atira orgulhosa: “No ano passado tivemos 10 miúdos em quadro de honra na escola e isto é muito bom. Este ano há nove miúdos nas seleções nacionais de rugby, nos vários escalões de competição”, destaca.

Sem um campo próprio, a ERG faz treinos em diversas estruturas, nem sempre com as melhores condições – treinam em cimento e, quando o fazem em campo relvado, têm de o dividir com outros escalões. “Mas não se queixam, pois os miúdos são bons jogadores”, afiança a responsável.

Para o futuro o sonho passa por ter um campo onde possam ter condições para treinar e, quem sabe, rentabilizar o espaço. E consolidar o projeto que já tem duas réplicas - em S. João da Talha e na Damaia, sempre com a máxima de que o rugby é uma escola para a vida!

A Escolinha de Rugby em números:
São cerca de 135 jovens, que a partir dos 3 anos de idade podem fazer parte dos diversos escalões: os mais novos - super-bambis, 8, 10 e 12 anos e, nos escalões de competição os 14, 16 e uma equipa feminina. Treinam seis vezes por semana, em diferentes horários e campos sob a batuta de 12 treinadores.

Curiosidades – uma jogada vale 5 pontos, e dá direito a um “ensaio”, onde a bola deve ser chutada no espaço entre os dois postes da área, valendo mais 2 pontos. Pode ainda marcar 3 pontos quando a equipa adversária faz uma falta que dê direito a um pontapé de penalidade.
A bola só pode ser passada, com as mãos para trás, mas pode ser chutada para a frente. Quando é marcada uma falta, a bola volta a jogo de três maneiras: cobrando um penalti (para uma falta grave), um pontapé livre ou uma melê (quando os jogadores se juntam, cabeças encaixadas nos ombros do oponente, e a bola é atirada por debaixo das pernas).

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