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Ocean Talks: O mar no centro do debate em Cascais

Sabia que estão, atualmente, em vias de extinção cerca de 1 milhão de espécies, entre as quais aquelas que têm o seu habitat no meio marinho? Que a sobrepesca, as alterações climáticas e poluição são as principais causas? Que a pesca predatória causa a morte, por ano, de 100 milhões de tubarões, 300 mil baleias e 250 mil tartarugas? Que são despejados no oceano, por ano, cerca de 130 mil toneladas de microplásticos e 500 mil toneladas de macroplásticos? Que seriam precisos 60 mil camiões por ano para retirar o lixo dos oceanos que produzimos? Estes foram alguns dados alarmantes trazidos pelos participantes na 2ª edição das Ocean Talks que decorreram, esta sexta-feira, no Museu do Mar.

Esta 2ª edição das “Conversas sobre Oceanos” reuniram um conjunto de oradores de referência na área ambiental e vida marítima, têm como objetivo despoletar a discussão em volta das oportunidades do Mar Português e a criação de valor à volta do tema dos Oceanos.

Joana Balsemão, da Câmara Municipal de Cascais; Rui Rosa, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; Patrícia Furtado de Mendonça, responsável pelo projeto Aqua Mater; e Nuno Lourenço, do CEiiA, trouxeram-nos as várias abordagens possíveis sobre o que está em causa quando falamos no mar e como protege-lo, face às ameaças que o meio marinho enfrenta, tornando-o um dos temas mais urgentes da atualidade.   

Reportando-se ao que o município de Cascais está a fazer e projeta vir a fazer num futuro próximo, em prol do oceano, Joana Balsemão, vereadora da Câmara Municipal de Cascais, afirmou que “o mar faz parte do ADN de qualquer cascalense”, referindo-se a um concelho com 32 km de costa.

“ As cidades não podem ignorar o mar e o seu impacto na vida de todos. As autarquias estão não linha da frente caso aconteça uma catástrofe climática e têm um papel preponderante na proteção do oceano e na mitigação das consequências das alterações climáticas. Só que muitas vezes os municípios ignoram esse papel”, referiu a vereadora da Câmara de Cascais.

Mas, não é o caso de Cascais, garantiu Joana Balsemão que começou por indicar o que se está a fazer no concelho relativamente à política do mar, com preponderância pelas políticas ambientais.

Tudo começa com o (re)conhecimento daquilo com que se está a lidar. Por isso, em Cascais, começou-se por fazer um levantamento geomorfológico, ou seja, a caracterização biofísica, paisagística e ambiental, como seja, o estudo das espécies vivem na nossa costa, quais são as principais ameaças e como responder, por exemplo, às estimativas futuras de elevação do nível médio do mar e de alterações no padrão da agitação marítima.

Por outro lado, foi necessário fazer um levantamento administrativo e jurídico, no sentido de delimitar as competências e atribuições da autarquia no espaço marítimo. Para, assim, se saber até onde se pode atuar, a nível de políticas locais.

“Também o interface terra-mar não pode ser esquecido nesta equação”, salientou Joana Balsemão referindo-se ao impacto das ribeiras no oceano.

“Por isso Cascais leva tão a sério a requalificação das ribeiras”, apontou a vereadora ao aludir à requalificação da Ribeira das Vinhas e ao grande projeto de Requalificação da Ribeira de Sasssoeiros. “Este último é um desafio maior que está prestes a arrancar, pois trata-se de zonas muito urbanizadas e com alguns polos industriais”, acrescentou a autarca.

A limpeza das sarjetas com o projeto “O mar começa aqui”, ações de limpeza do oceano como o “Clean Up” e a criação da Área Protegida das Avencas são outras das medidas já tomadas pelo município neste âmbito.

Apesar do muito já feito, Joana Balsemão reconhece que muito ainda há para fazer em prol de um oceano mais protegido e mais saudável.

“Cascais é palco de 250 eventos por ano com um grande impacto no ambiente”, sublinhou a vereadora. Por isso a Câmara Municipal já está a trabalhar com os promotores para tornar esses eventos mais sustentáveis a nível de plásticos, alimentação, transportes e resíduos. “A meta é que em 2020 se aprove um regulamento municipal com um conjunto de regras que estão a ser discutidas com os promotores para reduzir a pegada dos eventos realizados em Cascais e que até essa data seja proibido o uso de plásticos”, explicou Joana Balsemão.

Em paralelo com o Ocean Talks, e após uma passagem pelo World Press Photo 2019, foi inaugurada a exposição “O Mar Que nos Une”, uma viagem fotográfica sobre os mares que unem Portugal, Espanha, Brasil, Moçambique e São Tomé e Príncipe. (PL)

Cascais Digital

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