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Lançamento da Prescrição Social em Cascais

O municipio é um dos primeiros a aderir a este movimento

Chegou a Cascais a Prescrição Social, uma medida inovadora, de integração de cuidados, que procura colocar o cidadão no centro das necessidades e encontrar respostas às necessidades não clínicas, determinantes sociais que influenciam a saúde. É um movimento com mais de 20 anos de atuação, que começou no Reino Unido, com evidências científicas que demonstram os seus benefícios, quer ao nível dos participantes e cidadãos, no estado de saúde e na melhoria do bem-estar e qualidade de vida e da coesão social, como na evidência de resultados positivos ao nível da articulação e do trabalho em rede entre setor saúde e social.

O setor da saúde também tem beneficiado muito de uma ligação mais agregada e integrada, e uma ligação próxima, relevante na ideia de descentralização das competências em saúde para os municípios, de uma contribuição para uma maior sustentabilidade do sistema de saúde e do SNS, em particular, estando provado que a prescrição social permite uma redução das consultas que não trazem benefícios à saúde das populações, uma redução dos episódios de urgência que seriam preveníveis e até uma redução na toma medicamentosa.

O lançamento da Prescrição Social em Cascais, decorreu, no dia 29 de outubro, no Auditório do AHED – Advanced Health Education & Health Campus, em Carcavelos, numa apresentação que contou com a participação, numa mesa redonda, de Sónia Dias, diretora da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova, Andreia Lima (Forum Nacional de Saúde XXI), embaixadora da Prescrição Social em Portugal, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carla Nunes Semedo, vereadora da autarquia, Duarte Brito, da ULS Lisboa Ocidental, e Isabel Miguens, provedora da Santa Casa de Misericórdia de Cascais. 

"Vem dar uma resposta a uma questão de saúde, que tem a ver com a solidão e com o isolamento social, numa lógica de criar uma rede de suporte informal em que as pessoas podem ter uma rede de apoio que as faça ultrapassar constrangimentos que vão além de condições de saúde. Está a iniciar-se no Bata Branca, também ele um projeto inovador e numa unidade de saúde familiar que está a emergir no nosso município”, explicou Carla Semedo, vereadora da autarquia. “Permite uma redução das consultas que não trazem benefícios à saúde das populações, uma redução dos episódios de urgência que seriam preveníveis e até uma redução na toma medicamentosa”, adiantou Sónia Dias, diretora da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova, a Unidade de ensino superior que implementa este recurso com a Câmara Municipal de Cascais. 

As evidências científicas das inúmeras vantagens deste recurso demonstram a eficácia do mesmo. "Ao nível de quem participa nestas iniciativas, ao nível da melhoria do estado de saúde física e mental, mas também da qualidade de vida e bem-estar, e de uma maior coesão social, reduzindo o isolamento que hoje assistimos, como sendo muito elevado em grande parte da nossa população", explicou Sónia Dias. "Tem um segundo nível de grandes benefícios, de uma maior articulação entre os serviços e, portanto, como é que vamos maximizar esta formação e trabalho em rede, maximizando aquilo que são as respostas e, muitas das vezes, reduzindo a duplicação de iniciativas que temos no terreno. E um terceiro ponto, extremamente relevante, é a evidência de que a prescrição social permite também uma maior sustentabilidade no SNS, em particular, e no sistema de saúde, no geral. Nomeadamente, temos já a indicação de evidência que mostra que há uma redução das consultas mais desadequadas e que não têm impacto na saúde das populações. Há também uma evidência que mostra que, muitas das vezes, as pessoas que estão a participar nestas iniciativas de prescrição social são mais acompanhadas, têm uma melhor gestão da sua doença crónica e, portanto, também têm menos episódios de urgência hospitalar.", concretizou, a diretora da Escola Nacional de Saúde Pública. A somar a todos estes dados, há a evidência de uma redução da terapêutica medicamentosa (antidepressivos ou outros medicamentos), factos que determinam o contributo da prescrição social para o alívio da pressão do sistema de saúde. 

Projeto Bata Branca (info e contactos) aqui

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