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O caldo cultural servido na Abuxarda

A festa da comunidade do Bairro da Abuxarda nos 22 anos da AJU.

No Largo do Bairro da Abuxarda, em Cascais, a festa ia rija. O palco, montado no largo, tinha como cenário um moral pintado na empena de um dos prédios, três jovens afrodescendentes e, por baixo, escrito: “Bronx”, um dos bairros novaiorquinos mais populosos, berço da cultura HipHop, o atelier mãe dos Graffittis. E era, de certa forma, uma alegoria do que ali se passava.

Havia ali uma festa, em que a riqueza cultural daquele bairro, da africana à europeia do sul, ou do leste, mais recente, se cruzavam num convívio intercultural.

No palco, a música cigana contagiava todos como uma onda de dança. Depois o espaço e a atenção, eram cedidos às batukaderas e kantaderas cabo-verdianas do grupo Voz D’África, secundado pela magia da música angolana e o Grito Negro do poeta moçambicano José Craveirinha dito e dançado por representantes desta comunidade no bairro: “Eu sou carvão/ E tu arrancas-me brutalmente do chão/e fazes-me tua mina, patrão.”

Esta simbiose cultural era tempero daquela cachupa que se servia numa das muitas bancas que rodeavam a zona de festa.

E tudo isto acontecia em frente à porta da Fundação AJU, IPSS fundada pelo Padre Jerónimo Usera, que ali tem um papel crucial de apoio àquela comunidade. “O cimento desta ligação da AJU à comunidade na Abuxarda”, dizia-nos Maria Roquette, diretora técnica da instituição, “é, sobretudo, querer dignificar as pessoas acompanhadas, e querer acolhê-las. Fazer com que qualquer pessoa que aqui venha se sinta em casa e saber que nós estamos a ajudar aqueles a quem ajudamos, mas também aqueles que nos ajudam”.

À festa da comunidade do Bairro juntava-se a comemoração dos 22 anos da AJU e que, por isso, recebia uma prenda especial da Câmara Municipal de Cascais: A Casa da Vida, uma casa anexa às instalações da instituição que tinha um especial significado para a Fundação: “Há 22 anos começamos a acompanhar 15 pessoas, hoje acompanhamos mais de mil e, por isso, esta ampliação da sede com a Casa da Vida, simboliza também este crescimento que fomos tendo ao longo da nossa história e é um marco muito importante para nós”.
Frederico Pinho de Almeida, vereador da autarquia com o pelouro da Educação e do Desenvolvimento Social, acompanhava o presidente da autarquia Carlos Carreiras e, no final, salientava o sucesso daquele caldo cultural da comunidade, como resultado da presença da AJU: “Esta [A Casa da Vida] é uma prenda à AJU, mas nós é que agradecemos a esta instituição pelo papel que ela tem desempenhado junto desta comunidade”.CMC/HC/LB/MC

Cascais Digital

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