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Autocarro 100% elétrico/ zero emissões de carbono apresentado em Cascais
A nova aquisição vem ao encontro da estratégia lançada em 2016 pela MobiCascais, que visa tornar a mobilidade no concelho cada vez mais sustentável. “Mobilidade para todos, todas as idades e estratos sociais”, defende Rui Rei, presidente da Cascais Próxima. A apresentação deste autocarro 100% elétrico/ zero emissões “é a consolidação de uma estratégia de mobilidade suave, amiga do ambiente que a Câmara Municipal de Cascais tem vindo a implementar. E todos os operadores privados e públicos estão gradualmente a ajustar-se a esta política amiga do ambiente, de melhor serviço público de transportes aos cidadãos”, salienta Rui Rei.
Reconhecendo que “as cidades foram mal ordenadas” de início, o que “veio criar problemas na mobilidade, no estacionamento e não só”, Carlos Carreiras, presidente da Câmara, aproveitou a apresentação do novo veículo elétrico para transporte coletivo para destacar o trabalho feito nos últimos anos pela autarquia. “Assumimo-nos como Autoridade Municipal de Transportes e desenvolvemos o MobiCascais, sistema integrado de mobilidade sustentável para alargar os serviços que podem ser prestados aos cidadãos. Todas as parcerias que fazemos em prol da mobilidade visam a melhoria da qualidade de vida dos munícipes”.
“Este interesse na mobilidade sustentável da Câmara acaba por levar de arrasto os parceiros”, assumiu Paula Faria, Diretora Operacional da Scotturb, na apresentação oficial do novo veículo que deverá ser um dos 27 a promover a renovação da frota do operador de transportes do concelho. “Se Cascais avança, a Scotturb, enquanto operador de transportes do concelho, também vai avançar”, destacou ainda, revelando que os testes têm decorrido como esperado: “ontem este autocarro fez 90 km consumindo apenas 40 % da bateria”.
O salto tecnológico que permitiu elevar a autonomia dos autocarros de 9 ou 12 metros, 35 lugares sentados e 53 em pé, para 200 km, esteve na decisão final da operadora de avançar com o investimento de ordem dos 500.000 euros. “O diesel vai acabar e nós temos que, a breve trecho, adaptar o desempenho das viaturas ao elétrico ou ao hidrogénio”, acrescentou a responsável, identificando a primeira opção a mais viável em termos tecnológicos neste momento.
“Estas viaturas estão perfeitamente integradas no território nacional”, referiu Hugo Carvalho, da Caetano Bus, salientando que, no futuro, o combustível serão as células de hidrogénio. “Para nós o elétrico é o presente”. Falta agora, na sua opinião, “mais investimento. Deveria haver mais apoios governamentais para que todos aderissem a uma tecnologia mais amiga, mais limpa”, defende. E Hugo Carvalho justifica: “além da aquisição da viatura há uma rede de infraestruturas que é preciso ter como carregadores na cidade como existem para os carros ligeiros". Mas o representante da Caetano Bus não acredita que será tudo uma questão de tempo: “Cascais foi pioneira e tudo o resto há de vir por acréscimo”.