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Harley-Davidson: a história de um sonho

As míticas Harley-Davidson estão por Cascais até dia 16 de junho. Mas de onde vem esta febre? O que significa conduzir uma moto destas? O que faz dela tão especial?

A história da Harley-Davidson começa no início do seculo XX, mais precisamente em 1901, em Milwaukee, nos Estados Unidos pela mão de dois amigos de infância - William Harley, de 21 anos e Arthur Davidson, de 20. Trabalhavam ambos na indústria automóvel de então, mas tinham um sonho. Esse projeto passava pela motorização de uma bicicleta com um motor a gasolina refrigerado a ar.

Produziram três pequenas motos em 1903, com a ajuda de outros entusiastas, entre eles o irmão de Arthur Davidson, Walter, também ele mecânico, e de um projetista alemão que conseguiu resolver vários problemas mecânicos. Era o início de um sonho que viria a conquistar o mundo.

Com o evoluir da indústria automóvel, e depois de muitas tentativas para melhorar os pequenos veículos, que até então só começava a trabalhar ou a empurrão ou a pedal, inventam o Kick (pedal de ignição).

Mas o mundo estava a mudar e, em 1917, com a entrada dos Estados Unidos na 1ª Guerra Mundial, a Harley-Davidson (HD) quis contribuir com a produção de motos para serem usadas em todo o terreno. Como na Europa, mais propriamente na Inglaterra, a produção de motos civis estava suspensa, os utilizadores começaram à procura de alternativas. E foi assim que a HD saiu dos Estados Unidos à conquista da Europa, de que resultou na presença mais de 20 mil veículos nas estradas do velho continente.

A primeira marca registada

Em 1926, é criada a primeira marca registada da companhia - o tanque em forma de gota. Com a grande recessão e o fecho de muitas fábricas, as vendas caíram de 32 mil unidades para 6 mil unidades até 1933. Mas com as crises vêm outras oportunidades de negócio e foi isso mesmo que a HD fez. Para atrair compradores, as motos começaram a ser pintadas de várias cores, fugindo ao cinzento utilizado em todas a motos antes da guerra ou ao verde, cor utilizada durante e pós guerra.
Para combinar com a nova imagem, mais colorida, foram igualmente criados decalques com a marca Harley-Davidson, associando pela primeira vez o estilo HD com a roupa de cores escuras e com a música rock.

A história da Harley-Davidson, até aos dias de hoje, passa por muitas transformações, inovações e mesmo alguns flops.

Os "flops"

“Combate” novamente na 2ª Guerra Mundial, com a presença de 90 mil veículos de 750 cilindradas, vê a imagem dos motards transformada em arruaceiros e criminosos, com o filme “The Wild Ones”, com Marlon Brando, parte das ações da HD são adquiridas pela “AMF” American Foundry & Machine Corporation, transformando o logotipo da HD para AMF-Harley-Davidson, deixando os amantes da época desgostosos.

O regresso

Mas com o tempo, a nova marca começou a ser aceite. Nos anos 70, passou da produção de 15 mil para 75 mil unidades ao ano, mas deixa cair o mais importante - a qualidade de seus produtos. Apesar disso, a HD vendia um “estilo de vida” e a procura nunca decai, até surgirem as marcas japonesas que tomaram de assalto o mercado mundial.

Os anos 80 representam um novo capítulo na história da companhia. Com uma nova estratégia de vendas e fabrico, a AMF é convencida a vender, em junho de 1981, a sua parte da empresa. No primeiro ano da nova administração (entre os quais se incluíam William G. Davidson, neto de William Davidson), a empresa perde cerca de 32 milhões de dólares.

Fã e presidente

A partir de 83 a empresa começa a crescer novamente, mas foi só com a declaração pública, no final dos anos 80, de Ronald Reagan, então presidente dos EUA, que se assume fã incondicional da marca, que a Harley-Davidson volta em força ao mercado mundial. Hoje, a Harley-Davidson é mais que uma marca.

É a lenda que vende atitude e um estilo de vida rebelde.
 

Cascais Digital

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