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Joaquim Gaiolas

Motorista reformado do Gabinete da Presidência

Nasce Joaquim António Falé Gaiolas, em setembro de 1947, numa freguesia de Estremoz, mas foi como senhor Gaiolas que ficou conhecido nos corredores da Câmara Municipal de Cascais. Por aqui esteve desde agosto de 1983, quando entrou para os quadros da autarquia depois de ter concorrido para motorista. Mas a sua história começa mais cedo. Sai, de um Alentejo pobre, com 20 anos. Motivo: “fazer a tropa. Aí fiquei até aos 23, quando acabei o destacamento no Ministério da Defesa Nacional”. E foi a tropa que lhe deu a ferramenta com a qual ganhou toda a sua vida.

“Tirei a carta de condução militar e fui para motorista do então General Câmara Pina”, recorda. Por acaso e através do seu sargento ficou a saber que o Rei Umberto II de Itália estaria à procura de um motorista. Como estava a uma semana de sair da tropa, encontrou-se com o monarca para uma entrevista de trabalho. “Estiveram a ver o jeito, a figura… E foi assim que fiquei. Não queria voltar para Estremoz. Não havia lá grande futuro”.

Entra em funções em abril de 1968, recordando o Rei Umberto como um humanista: “Onde havia pobres era onde se sentia melhor. Uma pessoa muito simples e de trato fácil. Com ele passeei muito, principalmente para o Algarve, que era um dos seus locais preferidos”.

Mas não se esquece da vez que foi a Madrid, pela primeira vez, em 1971, com o monarca. “Nunca tinha saído de cá e essa é a viagem que recordo com mais carinho”. Fica doze anos ao serviço e só sai com a morte do rei, aos 78 anos.

Nesse mesmo ano, já casado, também com uma “filha de Estremoz”, passa uns meses a “fazer biscates” até que concorre para a Câmara Municipal de Cascais, para a categoria de motorista. Daqui guarda as melhores recordações. “Fui motorista de todas as fações políticas e sempre me trataram muito bem”. No Gabinete da Presidência fica cerca de 22 anos e “conduziu” quase todos os presidentes - Georges D’Argent, Manuel Príncipe Seia, José Luís Judas e António d’Orey Capucho. Sai com este último, pois “estava na altura de pensar na reforma”. E assim foi em março de 2012.

Questionado sobre quem o marcou mais, Joaquim Gaiolas atira: “Todos me trataram muito bem, com muito respeito. Mas aquele que mais me marcou foi o José Luís Judas. Era muito simples. Chegava-me a pedir opiniões sobre alguns assuntos”. E uma das melhores coisas que ele lhe deu, para além da amizade, foi a Medalha de Mérito de serviços distintos, no ano que acabou o seu mandato. Agora, para o Sr. Gaiolas, o futuro ainda está incerto: “Tenho de arranjar um hobby, vamos ver. Tenho uma casinha em Estremoz, vou lá com a esposa de mês a mês, mas não penso ficar por lá. Sabe: tenho o filho aqui e é complicado”. E do que mais se orgulha? “Orgulho-me dos amigos que deixei em todo o lado. E tenho saudades desta vida. Mas decidi que era tempo de parar.”

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